Música

domingo, 29 de setembro de 2013

Conto - 03:15

Conto: 03:15.
Autor(a:): Desconhecido.
 Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

03:15

Eu acordei suando frio. Depois de jogar os meus lençóis encharcados pra fora da cama, me levantei, sabendo que não iria dormir novamente após meu ultimo pesadelo. Eu normalmente não me assusto facilmente por eles, especialmente pelo fato de eu ter um jeito estranho de saber quando estou ou não em um sonho. Mas desta vez foi diferente. 

O sonho começou comigo de pé em uma rua residencial mal iluminada, uma que eu conhecia, mas não consegui me lembrar de onde ou quando. A cena era desprovida de qualquer cor, exceto pelo brilho laranja escuro das lâmpadas de rua que enchiam a estrada. Enquanto caminhava, eu me perguntava onde estava e como cheguei lá, já que eu não tinha nem minha carteira nem meu celular em mãos. Em uma pequena curva da estrada, eu parei na esquina para olhar em volta e me orientar. De repente, uma das lâmpadas da rua a minha direita piscou repetidamente, até se estourou sozinha. Fiquei bastante assustado nesse ponto, pois antes disse, só havia silêncio. Em seguida, mais lâmpadas piscaram e e estouraram em volta de mim, de ambos os lados, até que a única que restou foi a que estava logo acima de mim. Eu podia sentir meu coração batendo, quando recuei mais próximo da única fonte de luz, até que chegar ao ponto de segurar firmemente o metal frio do poste nas minhas costas. Na distância, eu pude ouvir passos que se deslocam em minha direção, diretamente na minha frente, e em seguida, mais passos vinham de ambos os meus lados. Estava tudo escuro em volta de mim, além da fraca lâmpada sobre minha cabeça, e uma parte de mim sabia que eu corria mais perigo sob a luz do que lá fora, no escuro, mas eu não me importei. Os passos ficaram cada vez mais próximos e mais altos, até que finalmente vi algo entrar em minha cúpula de proteção iluminada.

Na beira do alcance da lâmpada, algo entrava na luz, então eu só podia ver suas pernas até o joelho. Elas eram muito grossas e negras, como se fossem feitas de cinzas. Em volta de mim, quatro ou cinco das criaturas também entravam na luz, cada um idêntico ao primeiro. Desesperado, eu afundei até encostar-se ao chão, ainda mantendo minhas mãos entrelaçadas no poste. A primeira criatura já estava bem na minha frente. Seu movimento era rígido e lento, e antes de ver seu rosto, eu fechei fortemente os olhos (um truque que eu usava muitas vezes para acordar de pesadelos). Depois de alguns segundos, eu os abri, esperando estar de volta à realidade. 

Ao invés disso, eu vi a criatura cara a cara para mim, ajoelhando-se, olhando diretamente nos meus olhos. Ela era totalmente negra, e tinha uma forma humana esbelta, mas sem características visíveis, além de suas frias, afundadas órbitas oculares. Paralisado de medo, eu encara seu rosto, até perceber que o resto de seu grupo começou a se ajoelhar e olhar em minha direção também. Eu assisti com horror enquanto todos eles me encaravam sob a luz da lâmpada. De repente, todos eles sussurraram algo quase inaudível, em uníssono: "03:15". Eu caí no chão, exausto de repente, e a primeira criatura seguiu meu olhar, até que eu desmaiei, e finalmente acordei.

De volta à realidade, eu me levantei e estava no meu caminho para pegar um copo de água, até pensar no que poderia fazer com o resto da minha noite. Eu acendi a luz do corredor e desci as escadas em direção à cozinha. Depois de alguns goles de água, notei o hora que estava no micro-ondas: 03:15. Eu ri com a coincidência.

Até que ouvi a lâmpada de meu quarto estourar.




--Roberta H.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Terror em fotos #10

--Se você possui problemas cardíacos, a leitura deste conteúdo pode não ser recomendada.

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Terror em fotos #10


















--Roberta H.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Conto - Mil Noites no Inferno

Conto: Mil Noites no Inferno.
Autor(a:): Desconhecido.
 Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com


Mil Noites no Inferno

Diego despertara com o corpo todo suado. - Que pesadelo estranho. – Ele pensou. Sentiu todos os músculos de seu corpo doloridos. Mal conseguia abrir os olhos devido ao intenso clarão do sol matinal. Permaneceu alguns minutos mais, deitado a fim de repor as energias estranhamente não repostas após a longa noite de sono. Quando o torpor do despertar vai deixando-o, mesmo sem abrir os olhos, Diego reflete sobre os fatos em sua volta. Estranha os raios de sol clarear diretamente a sua cama. - Será que a Joana abriu a janela do quarto? – Ele pensa - Ela sabe que eu odeio que abra a janela enquanto ainda estou dormindo. Também estranha o leve balanço que a própria cama fazia de um lado a outro, o deixando nauseado.


Lentamente, ele forçou seus olhos a abrirem, deixando que a íris se acostumasse com o fulgor que lhe penetrava cegando a visão. Quando enfim conseguiu enxergar entre a luz incandescente que adentrava a janela, percebe que despertara n’uma rede feita de retalhos de couro. Uma rede aparentemente normal. Se não fosse o odor insuportável de carne putrefata, o líquido viscoso que escorria demasiadamente entre as costuras e por os pelos ainda eriços, como se o couro costurado tivesse sido arrancado de seu dono, algum animal selvagem, há algumas horas.

Conferindo o seu pijama, preocupado por tê-lo sujo com o suposto sangue. Nota que suas vestes não só estavam completamente lambuzadas com aquele líquido vermelho escuro e pegajoso, como o seu pijama, com qual dormia todas as noites, não mais existia. Diego despertou vestindo pedaços do que outrora poderia ser chamado de smoking. Seu traje de gala favorito estava todo rasgado. As calças rotas se assemelhavam a bermuda usada por fedelhos pré-adolescentes, enquanto na parte superior, carregava um trapo que mal lhe cobria as costas e os braços.

Diego, com os olhos já acostumados com a luz ambiente, gira o pescoço pelo quarto. Não! Não estava em seu quarto. Viu-se no interior de uma choupana velha e aparentemente abandonada. Havia dezenas de vasos cerâmicos quebrados por todos os lados. Uma mesa de madeira corroída pelo tempo e estaria vazia se não fossem as teias de aranha que não só cobriam a mesa, mas tudo que se encontrava naquele pequeno antro dos diabos. Fazia um calor infernal.

Mesmo estando deveras atordoado com o novo mundo que lhe rodeava, Diego levantou da rede com um salto. Sua cabeça girou, nauseado, confuso. Tentava compreender o que lhe estava acontecendo, como ele tinha ido parar naquele local. Nada fazia sentido. Ele sentia sede. Muita sede. Seus olhos percorreram o local à procura de um vaso inteiro. Ele encontra apenas um. Sua garganta estava em chamas. Mais do que depressa ele se apodera do vaso e o chacoalha perto de seu ouvido. Sim. Havia líquido em seu interior, porém o odor que emanava desse líquido era horrível. Virou o artefato a fim de derramar um pouco do líquido no chão. Sentiu o estomago embrulhar ao ver escorrendo aos seus pés o mesmo líquido vermelho e viscoso que se encontrava na rede que acordara e por todo seu corpo. Não havia mais dúvidas. Tratava-se de sangue. Fétido e viscoso sangue. Diego atira o vaso contra a parede, espatifando-o em dezenas de pedaços.

Nota que entre a vermelhidão asquerosa que se formou no solo de areia, continha alguns caroços esféricos que não se desmancharam com o impacto. Com um galho de arvore em mãos, remexeu cuidadosamente uma das esferas para livrá-la de toda gosma que lhe cobria. Um horror imensurável lhe invade a alma causando-lhe tamanha ânsia que Diego vomita ao descobrir que o escopo de sua curiosidade se tratava de um olho. Um olho humano! Oito ao todo. Recorda-se de sua mulher e filhos. Desesperadamente corre para fora da choupana a fim de procurá-los.

Deparou-se com um céu em chamas. Jactos de luzes alaranjadas cortavam um céu vermelho escarlate. Raios explodiam no firmamento em um espetáculo de cores tão belo quanto torturante. Sentiu sua pele arder como se estivesse sendo consumido vivo por um fogo invisível. Seus pés descalços tornavam em carne viva, a cada passo dado numa areia escaldante como lava. Ele não suportou. Seus joelhos se dobraram e Diego chorou. Chorou feito criança. Chorou por ver que areia e céu, o branco e o vermelho, se uniam num horizonte tão distante que mal seus olhos conseguiam enxergar, e até lá, tanto céu quanto areia exalavam um calor que só poderia vir da parte mais quente do inferno.

Aqueles olhos não lhe saiam da cabeça. Rastejando e ainda em lágrimas ele seguiu em frente, em direção ao horizonte infinito. Encontrava forças na lembrança de sua esposa e seus três filhos. Precisava encontrá-los para ter certeza que aqueles olhos não eram o que pareciam. Não eram os olhos de sua família... Após percorrer de joelhos algumas centenas de metros que mais se assemelhavam com quilômetros, Diego avistou ao longe algumas árvores adustas, completamente desprovidas de folhas e frutos. Tinham os galhos negrumes entrelaçados entre si, formando uma escultura natural assustadoramente bizarra. - Nas sombras. Eles estão nas sombras daquelas árvores. Estão se escondendo desse calor maldito. Estão nas sombras... – Ele pensou.

Ele rastejava. Suor vertia em seu rosto mesclando-se com as lágrimas que de seus olhos rolavam incessantemente. Chorava pela dor imensurável que sentia por todo seu corpo. Vermelhidão e queimaduras de primeiro e segundo grau se espalhavam por sua pele. Bolhas d’água surgiam em suas mãos e joelhos devido ao contato direto com a areia e este mesmo contato as vazavam provocando ardências e mais lágrimas. Chorava por não saber o motivo desse pesadelo terrivelmente verossímil. E pelo medo de que o desconhecido paradeiro de sua família seja tão ou mais trágico que sua própria situação. Ele rastejava... - Aqueles olhos... Nas sombras. Eles estão nas sombras...

Diego precisava seguir em frente, mesmo a vertigem e os lapsos de lucidez já lhe causando descrença sobre as informações obtidas de seus próprios olhos. Duvidara na veracidade das imagens que sua visão lhe exibia. E o calor exalando do solo distorcia a paisagem, corroborando com a condição entorpecida de Diego, davam às árvores esboços de miragem. Mas ele seguia em frente. Diego precisava seguir em frente.
Com o corpo castigado pelo sol, ele alcançou as árvores... Árvores sem sombras. Em desespero, se deu conta que a luz não irradiava de um ponto único no céu, o sol, e sim, do céu ao todo. Eliminando a possibilidade de haver sombras sobre aquelas árvores negras ou em qualquer outro ponto daquele inferno branco. Nem mesmo na cabana onde despertara, com enorme porta e janela, lá também a luz adentrava forte, iluminando praticamente todos os cantos da choupana, e Diego sabia que sua família não estava naquele lugar. Não era para onde deveria seguir.

Ele gritava, sem obter resposta, pelos nomes de seus filhos e esposa. Gritava com as poucas forças que ainda restavam em seus pulmões. O calor demasiado escasseava o oxigênio e Diego já respirava com dificuldade. Ele sentou-se encostado nas gigantescas raízes de uma das medonhas árvores. Tentou se lembrar da noite anterior. Recordou-se de ter chego à sua casa, acompanhado de sua bela esposa. Chegavam de uma festa havaiana. Recordou-se da festa. Ele havia bebido além de seu limite. Dançou com várias dançarinas contratadas para animar o evento. Perfeitas profissionais, juravam de pés juntos que eram realmente havaianas. - Se fosse uma festa do dia das bruxas, elas jurariam que iriam embora montadas em vassouras.- Ele pensou.

Em certo ponto, suas lembranças se tornam enevoadas. Com falhas, recordou-se de uma discussão com sua esposa por causa de seu atrevimento com as dançarinas. Foi muito além de uma simples discussão. Lembrou-se de terem perdido a cabeça e de Joana lhe dando um tapa. Por puro reflexo, ele também a esbofeteou, e um garçom vestindo trajes havaianos tentou segurá-lo. Porém, Diego, tomado de uma fúria incontrolável, o golpeou com um soco no rosto e teria espancado o pobre garçom, não fosse os seguranças chegarem às pressas o imobilizando com os braços nas costas.

Recordou-se que o rapaz agredido pegou do chão a bandeja que servia os convidados e deixara cair quando tudo começou. Lembrou-se também do garçom, antes de se afastar, olhando em seus olhos e sussurrando algumas palavras incompreensíveis por Diego. - Libo gabi sa ang impiyerno. Aquelas palavras. Diego, quando as ouviu pensou se tratar de uma ofensa qualquer. Mas, em suas lembranças, as palavras sussurradas ganharam sentido. - Libo gabi sa ang impiyerno. - Mil noites no inferno. Foi isso que aquele maldito disse. Mil noites no inferno. Será que estou no inferno? É loucura! Mas esse calor, o céu insólito, essa sede me corroendo e... Nem sinal de água. Se este lugar não for o inferno... Suas reflexões sobre sua atual situação foram repentinamente cortadas, quando Diego ouviu vindo de suas costas o som inconfundível das águas do mar.

Seu tormento o impediram de perceber tal som antes. O som do mar. Tomado de súbita esperança e ânimo, ele levantou-se e correu tropegamente em direção à origem do som. Ainda à distância seus olhos confirmaram a descoberta. Era mesmo o mar. Diego, à medida que se aproximava, notava que as águas possuíam tons vermelhos. - É só o reflexo deste céu infernal. - Ele pensou. Sentia como se carregasse o mundo sobre os ombros. Com se todas as forças da natureza empurrassem seu corpo contra o solo. Mas ele resistiu e alcançou à margem. E na margem, caiu novamente em prantos.

Não se tratava do reflexo do céu. As águas realmente eram vermelhas, e seu odor insuportável não deixara dúvidas. Era um mar de sangue. Olhou para os dois lados e em ambos, areia e mar, se ladeavam até findarem no horizonte. Angústia e desespero se uniram no âmago desse homem. De joelhos fincados na areia, lágrimas vertiam de seus olhos como chuva torrencial. Abriu os braços e atirou o corpo para trás, como num ato de entrega. Entregava-se ao seu destino, ao seu fim.

Fitou o céu, e desta vez com fúria, repetiu aos berros, com toda a força que ainda lhe restara nos pulmões, a pergunta que não se calava em sua cabeça: - Por quê? Diz-me! Por quê? Maldito... - Diego... – Ele ouviu. - Diego... – A voz sibilante chamando por seu nome vinha da direção do mar sangrento. - Diego... Com o uso de uma força além de seu limite, ele se levantou. Com dificuldade mantinha seu corpo semierétil. - Diego... Fixou sua vista no rubro mar, mas com a alta densidade daquele líquido podre, era impossível enxergar quem quer que fosse que estivesse lhe chamando. - Diego... - A vozes continuavam a lhe chamar repetidas vezes. Eram vozes. Diferentes vozes, vindas de diversas direções do oceano pútrido. - Diego...

Fixou com mais afinco seu olhar no mar. Notou com surpresa, o vermelho sujo e fétido, lentamente se limpando, tornando-se água cristalina. Vultos surgiram dentre as águas tão límpidas quanto água potável. Os vultos ganharam formas. Eram pessoas, dezenas delas, o chamando, sibilando seu nome. Algumas lhe acenavam com os braços estendidos. O chamavam. Diego olha diretamente no rosto de várias delas. Homens e mulheres. Crianças e idosos. Alguns carregavam no olhar pesado, tanta melancolia, tanta tristeza, que de súbito, Diego, ignorou a imensurável sede que ainda lhe corroia a garganta e retrocedera alguns passos ensaiando um afastamento, mas parou.

Outras, muitas outras, daquelas pessoas sorriam. Os olhos brilhavam, irradiavam alegria contagiante. Os braços estendidos o convidavam para um abraço, num gesto de hospitalidade irrecusável. Diego se jogou em direção às águas. Ignorando por completo os fatos insólitos e de modo sôfrego começou a beber aquele líquido como se quisesse sorver toda a água, que agora lhe banhava até a linha da cintura, num único gole. Iniciou levando o líquido, com as mãos em formato de concha, até a boca, não demorou e mergulhou o rosto no mar. Sua sede parecia insaciável. Quanto mais ele bebia, mais queria beber. - Diego... As vozes não silenciavam. Mas naquele momento, ele as ignorava. Precisava de água. Sentia sede. Muita sede. E a cada gole mais a sede aumentava. A água deslizava por sua garganta como se bebesse licor dos deuses. - Dieg... - Repentinamente, as vozes cessaram.

Diego sente simultaneamente o terrível odor de podridão lhe invadir as narinas causando-lhe imenso torpor e, um gosto preencher sua boca e garganta de um líquido viscoso e pútrido. Abriu seus olhos com extremo pavor para constatar que a água em que tão sofregamente sorvia havia se sanguificado novamente. Náuseas, horror, desespero. Em vômitos e totalmente fora de si, ele se apressou para sair das águas rubras e fétidas daquele insólito mar. A passos Trôpegos, cambaleava, caia e levantava. Vomitando a cada novo passo. Com o rosto e corpo todo maculado de sangue, Diego se afasta do mar, volvendo em direção às arvores negras.

Jogou-se, deitado de braços abertos, aos pés delas. Tinha os lábios trincados e secos, o corpo todo ardia com queimaduras e bolhas, sua sede lhe corroia a garganta, sua respiração estava fraca e seus olhos inchados jorravam lágrimas sofridas. Seu olhar fitava o céu incandescente, mas já não possuía forças para questionamentos. Seus olhos tentavam entender, seu corpo já havia se entregado. De repente, ele avistou nos sinistros galhos das árvores, quatro corpos dependurados, enforcados. Corpos sem olhos, as orbitas vazias o fitavam nos olhos. Sua mulher e seus três filhos... Mortos. - NÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!


O grito explode em desespero de sua garganta, ecoando por todo o manicômio. Rapidamente uma enfermeira adentra ao quarto, seguida por outros dois enormes enfermeiros. Os homens o seguram com força enquanto a jovem lhe aplica uma injeção em seu braço. Diego sente seu corpo pesar. Suas pálpebras vão se fechando abnegando a sua vontade de manter-se acordado. Um sono de proporção indizível lhe domina lentamente. Mas, ele consegue ouvir as últimas palavras da enfermeira para os dois homens, enquanto ela se retirava do quarto. - Este maluco assassinou toda sua família. Mulher e três filhos. Foi algo brutal. Arrancou-lhes os olhos enquanto ainda vivos e depois os enforcou... Diego despertara com o corpo todo suado. - Que pesadelo estranho. – Ele pensou. Sentiu todos os músculos de seu corpo doloridos. Mal conseguia abrir os olhos devido ao intenso clarão do sol matinal...




--Roberta H.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Conto - Linhas de Sangue

Conto: Linhas de Sangue.
Autor(a:): Desconhecido.
 Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

Linhas de Sangue

Rodrigues deixou o parceiro em casa e seguiu com a viatura para sua residência. Já passava da meia noite, e como em todas as sextas-feiras, após o estressante final de turno, ele e o parceiro de patrulha, Olavo, passavam no Bar do Carlão para tomar uma gelada, e aí sim, dar por encerrada à noite.


O caminho para sua casa passava por um trajeto ainda sem asfalto, e cercado por uma vegetação alta e mal cuidada. O bairro era novo e muitos daqueles que sonhavam em ter o seu canto próprio, arriscaram em comprar um terreno naquela parte da cidade, acreditando na promessa do prefeito, que em breve haveria todo tipo de melhoria na região. Com muito esforço, Rodrigues conseguiu erguer uma casa simples, porém bem feita, mas ainda assim, quando olhava ao redor, o que via era feio, na verdade assustador. A pouca iluminação das vielas estreitas, e o som dos insetos, e pequenos animais no meio das moitas e arbustos, deixavam o lugar com aspecto fantasmagórico quando a luz do sol ia embora.

A mulher e a filha de seis anos, não ousavam sequer olhar pela janela, e por esse motivo, Rodrigues tinha pressa em chegar em casa. Naquela noite, ele estava milagrosamente calmo. A semana havia sido tranquila, sem nenhuma ocorrência importante. O policial só pensava em chegar em casa, tomar um banho quente e descansar. Os faróis altos da viatura iam iluminando o caminho, e de tempos em tempos, alguns vultos pareciam surgir do nada, e com a mesma rapidez sumiam do alcance de visão do policial.

Rodrigues nunca fora um homem supersticioso, menos ainda medroso. Não acreditava em nada sobrenatural. Tinha medo era de levar um tiro de algum menor drogado no final da noite, e deixar a mulher e a filha perdidas no mundo. De repente, a luz dos faróis falhou. O breu tomou conta da estradinha de terra. Rodrigues deu um tapa no painel e a luz voltou. O homem deu uma pigarreada, “Porcaria de lata velha”.
Quando voltou os olhos para o para-brisa sujo do carro, o susto.

- Mas que porra é essa? – gritou.

Meteu o pé no freio. O carro derrapou um pouco, mas parou em seguida. À sua frente uma mulher andava em sua direção de forma desengonçada. Usava um vestido branco que mais parecia uma camisola comprida. A cabeça pendia para um lado, e no seu pescoço desciam duas finas linhas vermelhas. Rodrigues desligou o carro e saiu para acudir a moça. A garota devia ter uns vinte três anos. Os cabelos loiros e lisos chegavam quase à cintura. A pele incrivelmente branca. As linhas de sangue deixavam uma marca estranha no vestido, que lembrava o desenho de um labirinto circular.

- O que aconteceu senhora? – perguntou Rodrigues. A garota nem mesmo ergueu os olhos. - Qual seu nome? Como se machucou? – Silêncio novamente.

- Vamos, entre no carro, eu a levo ao pronto socorro. – e dizendo isso, abriu a porta traseira do carro e ajudou a mulher a deitar-se no banco.

Ligou o carro, fez a volta e saiu a toda velocidade. Em todo percurso a garota não fez sequer um ruído. Como já era madrugada, o posto médico já estava bem vazio. Entrou com o carro na garagem da ambulância.

- Ei moça, chegamos. A senhora consegue andar? — Novamente sem resposta.

Desta vez, sequer um movimento. Rodrigues deu a volta no carro e abriu a porta apressado. Com muita dificuldade, conseguiu puxar a moça e erguê-la nos braços. Com a claridade da garagem do pronto socorro, conseguiu ver com clareza o motivo do sangramento no pescoço dela. Dois orifícios paralelos naquela que devia ser a jugular da garota, vertiam um sangue escuro e viscoso. O policial achou aquilo um tanto estranho, mas não queria perder mais tempo, pois aparentemente, a moça já estava quase morta. 
Adentrou a sala de recepção com a mulher nos braços procurando pela plantonista. Reparou que a cabeça da garota já não se firmava mais no pescoço, assim como seus braços e pernas caídos, a deixavam ainda mais pesada. Se não estivesse morta, certamente teria desmaiado.

- Ei, alguém me ajude aqui. Há uma mulher ferida. – gritou ele.

A enfermeira Matilde veio correndo com o susto pelos gritos de Rodrigues.

- O que aconteceu policial? – e vendo o estado da mulher nos braços de Rodrigues já foi logo indicando. – Rápido, coloque-a aqui nesta cama. – disse ela apontando para uma maca num pequeno cômodo à esquerda.

O policial fez o que a enfermeira lhe pediu, e começou a explicar como havia a encontrado, mas foi interrompido.

- Agora não. Chame o Dr. Alcides. Ele está cochilando no quarto do fundo. Rápido, se é que já não é tarde demais.

Rodrigues tornou a olhar para a garota, que dessa vez estava com os olhos abertos e olhando diretamente pra ele. O policial foi saindo de costas, quando bateu na porta entreaberta. Quando voltou para olhar para a garota, a mesma já estava novamente desfalecida, com os olhos cerrados, tal e qual como a trouxera da viatura. Correu pelo corredor estreito, chamando pelo médico de plantão. Chegou ao quarto, batendo na porta e já a abrindo em seguida. O médico deu um salto pelo susto, e Rodrigues se aproximou do homem pedindo ajuda. Foi então que ouviu o bater da porta do quarto às suas costas.

Rodrigues começou a contar o que havia acontecido e o médico ainda meio atordoado, levantou-se e pegou seu jaleco branco que estava colocado na cadeira ao lado. O policial continuou relatando os fatos e chegou à porta que havia se fechado com estrondo, porém, não conseguia virar a maçaneta. A porta estava trancada.

- Mas que droga. Como abre essa joça? – perguntou o policial fazendo força para abri-la.

O médico chegou perto do policial e tentou virar a maçaneta redonda.

- Mas como é que pode? Essa porta não tem trinco... – estranhou o médico.

Os dois entreolharam-se sem entender. Rodrigues chutava a porta e batia na maçaneta com o punho fechado, e nem sinal da porta abrir. Já perdendo a paciência, pôs a mão no coldre e puxou a arma.

- Pra trás, doutor. – apontando a arma para a maçaneta.

Inexplicavelmente a porta se abriu sozinha, rangendo alto. Os dois se entreolharam sem nada dizer e saíram pelo corredor.

- Então policial, mas como é mesmo esse ferimento com dois buracos no pescoço da garota? – indagou - É algo bem estranho doutor, como se um animal a tivesse mordido exatamente na veia do pescoço, e o sangue era...


Os dois entraram na saleta e olharam direto pra maca encostada na parede. Na maca, estava deitada a enfermeira Matilde com olhos vidrados, olhando para o teto. O braço pendia para fora da cama. O lençol branco estava manchado de sangue rubro. O mesmo sangue que descia por duas finas linhas que vertiam dos dois orifícios paralelos na sua jugular.



--Roberta H.

domingo, 15 de setembro de 2013

Conto - Amigo Imaginário

Conto: Amigo Imaginário.
Autor(a:): Desconhecido.
 Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

Amigo Imaginário
 "O pior cego é aquele que não quer ver". Talvez essa seja a frase que descreverá todo esse texto. Agora, distinguir um fato de uma ilusão é algo difícil, uma vez que nosso cérebro tende a inventar coisas. Um exemplo? Amigos imaginários.


Amigos imaginários praticamente adentraram na nossa cultura. Todos acham normal e até mesmo curioso ver uma criança conversando com ninguém e apresentando nada para os outros, dizendo que aquilo era seu amigo imaginário. Quando você pede para a criança descrever o amigo imaginário, elas falam surpresas: "Nossa! Não está vendo ele? Veja como é bonito! Olhe suas asas! Sua calda!".


Você com certeza já deve ter ouvido falar de "sensibilidade paranormal". Pelo menos eu acredito que seja esse o nome dado às pessoas que possuem a "habilidades" que permitem fazer coisas como ver espíritos. A sensibilidade só atingiria alguns sortudos da população e à medida que envelhecessem, a sensibilidade iria ser ignorada.



O que eu quis dizer com isso: que você provavelmente nasceu ou então na infância conhecia alguém que tinha a sensibilidade paranormal. Mas geralmente as crianças que tem essa habilidade a possuem por volta de 1 a 5 anos de idade. São raros os casos de pessoas que conseguem manter a habilidade para o resto da vida. As crianças que possuem isso acabam sendo aversas a contato com uma pessoa de verdade, apenas se limitando as pessoas com quem ela convive. Por isso, ela conversa com o ar, ou o tipicamente conhecido amigo imaginário.



Amigos imaginários. Esse é o ponto. Supostamente são coisas da sua cabeça, correto? Ou melhor, algo passageiro como dizem os psicólogos, algo que crianças que foram criadas sozinhas (longe da companhia dos pais e sem irmãos ou primos) acabam criando dentro de sua cabeça para tentar "combater" a solidão.



A estimativa de vida de um amigo imaginário dura até os 7 anos de idade de seu "dono". Depois? São esquecidos, e quando os conhecidos do indivíduo acabam perguntando coisas relacionadas ao amigo imaginário como "como conversavam?", a pessoa geralmente não irá dar uma resposta sólida, apenas dirá algo como "eu era muito jovem e por isso não me lembro nem como ele era!".



E quando você tentava se lembrar como ele era, acabava apenas distorcendo mais a imagem daquele vulto negro que você chamava de amigo. Ele se tornava algo mais amável, um urso gigante azul ou um astronauta de macacão vermelho, e você pouco se importava como ele realmente era, já que nunca mais voltará a ver ele de novo.



Será que é verdade?



O caso é que você não se lembra, porque você não quer se lembrar. O seu amigo imaginário estava lá para te atormentar. As brincadeiras que ele mandava você fazer não eram coisas saudáveis, e sim maldades. Ele fez você se afastar das outras pessoas, pois sabia que se você estivesse sozinho, você não teria chance e ele poderia se alimentar da sua solidão e de sua vida por mais tempo. Como um parasita.



Obviamente, você é apenas uma criança ingênua, sendo iludida por um monstro que estava se alimentando de sua essência. Mas, os seres humanos adquiriram uma habilidade única. Uma coisa que difere eles dos animais: eles podem criar ilusões para mascarar o que realmente aconteceu. Isso fica claro com pesquisas que aparecem por aí e que provam que grande maioria de nossas memórias são falsas.



Como supostamente ele é um parasita mental, só pode ser combatido com essa habilidade instintiva do cérebro para aliviar o sofrimento e apenas empurrar a sujeira para debaixo do tapete, e guardar o amigo imaginário em um baú nos confins de seu crânio. Feito isso, você pode seguir em frente e se desenvolver... Viver a vida.



Porém, o que você (e seu cérebro) não sabem é que seu amigo imaginário, embora aparentemente nunca tenha existido e tenha sido desligado de sua mente, ele está bem ativo, te controlando subconscientemente. Antes ele estava em seu primeiro estágio e você podia vê-lo. Agora você não pode vê-lo - e o pior - ele controla você.



Ele que te faz sentir raiva. Ele que te faz agir com violência contra as outras pessoas. Ele que te faz se sentir sozinho. E quando você finalmente estiver sozinho, você será consumido e levado para "aquele lugar". Você provavelmente não deve estar entendendo por qual motivo ele levaria tanto tempo te atormentando e preso em sua cabeça, se poderia simplesmente entrar no inferno?



Isso é simples. Apenas seres com alma entram lá. Amigos imaginários não são exatamente "almas". Por isso, eles habitam as pessoas, as enchendo de pensamentos negativos para poderem ir até onde interessa, entrando como clandestinos. Como parasitas. São inúmeros os exemplos, mas alguns casos famosos ilustram bem como isso acontece. Kurt Cobain por exemplo. Até hoje não se sabe se ele foi assassinado ou se suicidou. Se alguém plantou a nota de suicídio dele ou se ele escreveu a punho aquilo. Mas a nota de suicídio dele é dirigida a alguém especial... Seu amigo imaginário.



Talvez isso já esteja acontecendo com você. Talvez você não veja aqueles vultos como "amigos imaginários" como as crianças tanto descrevem. Para você podem ser apenas assombrações... Ou sombras. Pois seu cérebro provavelmente irá negar algo ilógico, usando sua famosa habilidade de iludir. De qualquer modo, você pode acreditar nisso tudo que acabei de te falar... Ou simplesmente negar tudo.



Com carinho, seu amigo imaginário.




--Roberta H.

Conto - Casa Mal Assombrada

Conto: Casa Mal Assombrada.

Autor(a:): Desconhecido.
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Casa Mal Assombrada



Eram duas e meia da manhã quando Diego, Thiago e Ricardo andavam pelas calçadas sujas de sua cidade. Estavam vagando a mais três horas sem nada pra fazer, Diego odiava fazer isso, preferia estar em casa assistindo TV e comendo, mas sempre acompanhava os amigos porque não gostava de ficar sozinho. Chegaram à antiga estação de trem da cidade que já desativada havia muitos anos.


- Vamos embora daqui, eu odeio esse lugar – pediu Diego tentando não parecer aterrorizado.

- Deixe de ser medroso – respondeu Ricardo. – Vamos até a casa abandona da colina e dar uma olhada, estou precisando de uma aventura. – completou ele com a voz excitada.


Thiago riu e começou a andar em direção a casa, os outros dois o seguiram. Chegaram ao portão de entrada e olharam aquela imensa construção, era linda e tenebrosa ao mesmo tempo. Os três jamais viram alguém morando naquele lugar, o dono da propriedade a trancou a mais de cinquenta anos e não voltou mais, nunca vendeu ou alugou. Os moradores da região até evitavam passar perto com medo, diziam que o lugar era assombrado.


Anos atrás o filho do prefeito daquela cidade estava se casando com uma moça que morava ali. No dia do casamento, a melhor amiga da noiva a levou para a casa do prefeito dizendo que queria mostrar-lhe algo. Chegando lá elas sobem até o quarto onde o noivo dormia e o encontram na cama com outra mulher. Em um momento de desespero a noiva desce até a cozinha pega uma faca e mata o noivo e a amante. Momentos depois, ela não conteve a agonia e enfiou a faca em seu coração. Supostamente os fantasmas dos três ficaram na casa onde diz à lenda que o fantasma da noiva tortura os outros dois.



Ricardo foi o primeiro a entrar, pulou o portão e foi em direção a casa. Olhou para trás e viu os outros dois pulando também e continuou até chegar à porta. Diego ficou parado no meio do caminho


- Eu não entro ai, estou sentindo mal, alguma coisa me diz que agente deveria ir embora. – disse o rapaz com voz trêmula.


Os outros dois não deram importância. Voltaram-se para casa e olharam pela janela. Eles se espantaram porque podiam ver muito bem o que tinha dentro da casa somente com a iluminação da lua que entrava pelas janelas. A sala de entrada era enorme e toda a mobília parecia estar lá, porem coberta com lençóis.


- Opa, a porta da frente esta aberta. – Disse Thiago já abrindo a porta.



Os dois entraram, o lugar era lindo, descobriram alguns móveis e viram que estava tudo intacto, parecia que alguém estava cuidando de tudo. Thiago decidiu subir para o próximo andar e ver se achava algo interessante. Ricardo foi ver outro cômodo. Momentos depois Ricardo escuta Thiago descendo as escadas.

- Vamos embora, Diego esta nos esperando lá fora. – Gritou Ricardo para que seu amigo pudesse escutá-lo.

Thiago não respondeu, Ricardo se virou para ir até a saída e deu de cara com alguém, não pode ver quem era porque a luz vinha de trás da pessoa então só via a silhueta. Uma coisa ele tinha certeza, estava vestida de noiva. Seu corpo congelou então ele riu tentando disfarçando o susto.

- Muito boa essa Thiago quase me mata de susto. Vamos embora, já tive muito pra uma noite, esse lugar esta me dando arrepios. – disse Ricardo irritado.

Thiago continuou calado. Ricardo ficou inquieto olhando o suposto amigo e começou a andar em sua direção, a silhueta também se movia ao seu encontro. Algo mudou na visão de Ricardo parecia que a silhueta puxou uma faca de lado e ele começou a ficar preocupado e parou de andar.

- Brincadeira tem limite Thiago. – gritou ele.

A silhueta também parou de andar, a luz da lua iluminou seu rosto e Ricardo gritou. A imagem o aterrorizou e ele se arrependeu de ter entrado na casa. Ali na sua frente estava o fantasma da noiva, seu rosto podre e olhos vazios não expressavam sentimento e mesmo assim ele sentiu que ela o ia matar.

- Thiago! – foi a única coisa que ele conseguiu gritar, pois o terror o mantinha congelado e sem ar.

Thiago desceu as escadas rapidamente, quando viu a cena correu direto pra porta gritando. A porta estava trancada, ele a esmurrava, chutava e puxava, mas ela não abria. Diego estava bem perto, mas parecia que não via ou escutava nada. A noiva não deu muita atenção a ele e continuava a encarar Ricardo que por sua vez correu para ajudar o amigo com a porta.

- Você pensou que iria escapar de mim por toda eternidade querido? – disse o fantasma se aproximando dos dois.

A noiva agarrou Ricardo pelo cabelo e apunhalou no coração. O rapaz ficou agonizando por um tempo enquanto Thiago fazia sua última oração.

- Some daqui você não tem nada a ver com esse traste. – disse a noiva enquanto abria a porta.

- Não, por favor, Thiago – gritou Ricardo.

Thiago se espantou ao ver o espírito de Ricardo sendo segurado pela noiva. Escutou um barulho do outro lado da sala e viu o fantasma de outra mulher que parecia estar sofrendo muito. Lembrou-se da lenda daquela casa e então entendeu que seu amigo era a reencarnação do noivo que de alguma maneira teria escapado da tortura eterna.

Ele correu e levou Diego embora com ele. Contou a história a todos mais ninguém acreditou. O corpo de Ricardo nunca foi encontrado pela policia que vasculhou toda a casa e os arredores. Thiago foi internado em um hospício alguns meses depois, dizia estar sendo assombrado pelos três fantasmas. E quanto a casa, continua lá, sozinha e sombria, talvez esperando sua visita...




--Roberta H.