Conto: No calor do fogo
Autor(a:): Roberta H.
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No calor do fogo
--Olhe ela, não é linda? – eu
disse apontando para uma bela moça que saia de um bar.
--É sim, uma ótima vítima.
Longos cabelos loiros, olhos claros e um rosto angelical, meu tipo preferido.
Ela saiu do bar e entrou em uma rua escura e deserta, eu fui atrás dela e deixei
meu amigo sozinho. Parei a alguns metros dela de e esperei um pouco. Um homem
estava lá e ia assalta-la, ou sei lá. Eu dei uma de mocinho, dei um chute nas
bolas do cara, puxei a moça pelo braço e saímos correndo. Depois de nos
certificarmos que o homem não estava mais atrás de nós, paramos.
--Você está bem?
--Sim, e você?
--Estou.
--Obrigada por me salvar.
--Não foi nada. Qual é o seu nome?
--Amanda. E você é?
--Rafael, prazer. Quer uma
carona?
--Acho que vou aceitar, obrigada.
--Onde você mora?
--Estou em um hotel por enquanto,
cheguei aqui na cidade hoje de manhã.
--Você é de onde?
--De uma cidade pequena aqui
perto.
--Se você quiser pode ficar na
minha casa, tem um quarto para visitas lá.
--Eu não quero incomoda-lo.
--Não vai incomodar. Eu moro sozinho,
me faria companhia. Eu posso te mostrar a cidade amanhã, se você quiser.
--Obrigada.
Eu dirigi meu carro até a minha casa, que ficava há alguns minutos dali.
Entramos na casa e eu mostrei o quarto de visitas para Amanda, a deixei
arrumando as coisas e pedi uma pizza, já que não era bom na cozinha. Ela disse
que estava muito cansada da viajem, e que não estava com fome, então, foi
dormir.
Fiz minhas malas e coloquei do lado de fora da casa. Peguei álcool e
fósforos. Joguei o álcool na porta do quarto em que ela estava, acendi o
fósforo e joguei. Imediatamente o fogo começou a queimar a porta. Dei a volta
na casa e fui até a janela do quarto pelo lado de fora, abri a janela e joguei
um pouco de álcool dentro do quarto, acendi outro fósforo e joguei. Tranquei a
janela pelo lado de fora, a porta também estava trancada, ela não tinha como
fugir.
Voltei à frente da casa e peguei minha mala. Antes de ir, olhei para a
casa e despedi-me, em silêncio de Amanda. Entrei no carro e fui embora para
outra cidade, na qual estou agora. Amanda está morta. Morreu no calor do fogo
em uma noite de inverno. Dormiu para nunca mais acordar. Dois dias depois, meu
amigo me ligou e disse que foi ao enterro de Amanda. Então eu tive certeza de
que nunca mais veria ela.
Era tarde demais para arrependimentos, mas não, eu não me arrependo. Se
você quer ser uma pessoa má, precisa aprender a nunca se arrepender do que faz.
Se eu tivesse me arrependido naquela hora, provavelmente estaria preso agora. Estou
apenas dizendo para você tomar cuidado, estou procurando outra vítima. Não estou
dizendo que vou te matar, mas pode ser que, por um acaso, minha próxima vítima
seja você.
--Roberta H.