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Música
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Conto - Olhos Negros
Conto: Olhos Negros
Autor(a:): Roberta H.
Autor(a:): Roberta H.
Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com
Olhos Negros
Acordo. John não está na
cama comigo. Olho para o relógio digital ao lado da cama, 3:32 da madrugada.
Talvez ele tenha ido ao banheiro, ou algo do tipo. Escuto um barulho, parece
que algo pesado caiu.
--
John? Você está aí, amor? – nenhuma resposta.
Acendo
a luz do abajur, a luz irrita meus olhos. Quando eles acostumam-se com a
claridade, percebo manchas vermelhas no chão. Elas vão da cama até a porta do
quarto. Pensamentos ruins invadem minha mente, tento mantê-los afastados.
--
John? Aconteceu alguma coisa? – nada de novo.
Ando
até o corredor, as manchas continuam. Sangue. Mais um barulho, dessa vez, um
pouco mais baixo. Ouço passos que parecem vir da cozinha. Eles estão se
aproximando. Posso ver a silhueta de uma pessoa no corredor escuro. Quando ela
chega mais perto, percebo que é John, ele está segurando uma faca, suas mãos
estão sujas de sangue e eu vejo medo em seus olhos. Orbitas negras,
completamente negras.
--
Meu Deus, o que aconteceu? Por que você está com essa faca? John, você está
bem?
Agora
ele não demonstra mais medo, seus olhos parecem vazios e em seu rosto não há expressão
alguma. Ele me encara por alguns segundos, olhando-me nos olhos e abre um
sorriso insano. Quando me dou conta, ele já está em cima de mim com a faca
apontada para meu peito. Eu começo a gritar na esperança de que alguém escute, mesmo
sabendo que não havia ninguém para me salvar. Por breves segundos consigo
segurar o braço de John, mantendo a faca afastada de mim. Então, ouço um som
agudo, parecido com um gemido, que faz meus tímpanos arderem. John levanta-se
rapidamente e sai correndo.
Eu
levanto e tento ver aonde ele foi. Ele parece ter ido embora. Então, escuto
novamente o som agudo. Vou correndo para meu quarto e tranco a porta. Ouço um
grito, mas ninguém em sã consciência teria coragem de ir ver o que era. Muito
menos eu. Nunca senti tanto medo em minha vida. O que diabos está acontecendo?!
Escuto
o som agudo de novo. Ele fica cada vez mais alto. Então alguém – ou alguma
coisa – começa a bater e arranhar a porta. Aquilo com certeza não é algo
humano. Nenhum ser humano seria capaz de fazer barulhos como aqueles. A porta
está prestes a se estilhaçar e eu não tenho para onde ir. A não ser... a
janela! Corro até ela tento abri-la, mas não consigo. Jogo-me contra o vidro e
ele se parte em mil pedaços. Caio na grama, encima dos cacos de vidro, um deles
faz um corte em meu braço. Levanto-me meio que entorpecida e olho a minha
volta. Onde estou?
Sem
ruas, casas, pessoas, nem carros... Apenas árvores e mais árvores, apenas
iluminadas pela luz da lua cheia. Uma floresta? Como vim parar aqui? Olho para trás, não há janela alguma. Apenas
mais árvores, e escuridão. Ouço o som agudo de novo, dessa vez mais perto.
Também ouço passos, alguém caminhando sobre as folhas secas. Meu instinto me
diz para correr, mas minhas pernas não respondem. Estou paralisada, não consigo
me mover.
--
John?! Você está aí? Socorro!
De
repente me sinto tonta, minha visão fica turva e tudo escurece. Abro os olhos.
Estou em minha cama, no meu quarto, a blusa encharcada de suor. Olho para o
lado, John está aqui comigo. Foi um sonho? Não, não é possível... Parecia tudo
tão real. Real de mais para ser apenas um sonho.
Levanto-me
e vou ao banheiro para lavar o sono de meu rosto e tomar um banho quente. Tiro
a blusa molhada e... O que é isso em meu braço? Parece um corte recente, ainda
não está completamente cicatrizado. Lembro-me do sonho, o vidro estilhaçado
cortando-me. Não, não era um sonho. Mas, então o que aconteceu?
Escuto
o mesmo som agudo de antes. Olho-me no espelho, minha pele está pálida e meus
olhos... negros, completamente negros.
--Roberta H.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Conto - O Devorador
Conto: O Devorador
Autor(a:): Desconhecido.
Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com
O
Devorador
"Estou
em meu quarto, chorando e gritando de medo, meus pais já estão mortos, foram
decapitados e devorados por ele, morreram na minha frente e eu não pude fazer
nada, além de ficar olhando ele lamber o sangue deles. O relógio começa a
badalar e isso significa que ele está vindo até mim, a cada badalada ele se
aproxima farejando meu medo, ele está perto, sinto sua presença em meu quarto, a porta se abre, e então eu o vejo...”
Após quatro anos fora do Brasil eu estou de volta,
não porque eu quero, mas sim pelo motivo de ter que enterrar meus pais e meu
irmão que foram mortos de uma maneira brutal, por uma espécie de seita ou culto
monstruoso. É realmente repugnante saber que eles foram encontrados em casa,
decapitados e com o estômago aberto e devorado, que tipo de monstro faz isso?
Duas semanas se passaram e eu não consigo parar de
pensar em como a polícia e a perícia conseguiram dar como encerrado o caso por
não ter algo que demonstre um suspeito, como o mundo pode ser tão injusto? Meu
pensamento não para um minuto, só penso em vingança, em matar, vingarei você
maninho, eu prometo!
Volto a tomar antidepressivos graças a minha
psiquiatra que me recomendou voltar a escrever neste diário, eu detesto
escrever nisso, entretanto, é o que me mantém calmo no instante, mas sempre que
eu fecho meus olhos eu vejo o rosto do meu irmão e seu corpo sem a cabeça...
Misteriosamente o diário de meu irmão chegou em
minhas mãos pelos correios mas demorou porque era Sedex , primeiramente tive
medo de abrir, ler e achar informações das quais eu não queria saber, mas a
curiosidade foi maior, então decidi ler...
***
Dia 28/05/2013
Hoje é meu aniversário, estou feliz por estar
fazendo 13 anos! O melhor presente foi um livro chamado "O Devorador",
é um livro de terror com alguns rituais estranhos e quem que da um livro com
ritual para um pirralho de 13 anos???!!! Um dia ainda irei testar um desses!
Dia 02/06/2013
Estou louco por essa entidade denominada "O
Devorador", dizem que a história dele é a seguinte: ele era o servo de uma
seita, sua fome era tão grande que ele começou a devorar pequenos animais
vivos. Não satisfeito matou a própria esposa e a devorou, matou seus pais e os
devorou, matou toda, TODA sua família e os devorou; no final, ele devorou a si
próprio (WTF?) para satisfazer sua fome, o diabo então satisfeito o premiou
dando a ele o poder de atormentar suas vítimas com ganância e quando não sobrar
mais nada, no final, ele as devorassem.
Dia 08/07/2013
Ontem fui dormir na casa de um amigo hmmmm... E
algo muito estranho aconteceu, decidimos fazer o ritual de invocação do
Devorador, fizemos um pentagrama invertido na sala, envolvendo com velas as
suas pontas e pronunciamos as seguintes palavras:
“Eu invoco o Mago Negro o senhor da fome, da
dor, da destruição, o senhor daquilo que existe entre os desejos, aquele no
qual não devemos pronunciar o nome, mas vamos pronunciar, aquele no qual vamos
dar as nossas cabeças como troféu, aquele no qual vai nos vigiar até chegarmos
a insanidade e quando estivermos desesperados e ele estiver totalmente cansado
de jogar irá nos matar e acabar com todos aqueles que nós amamos, eu invoco O
MAGO NEGRO, O DEVORADOR.”
Por um momento, todas as luzes da casa se apagaram
e eu vi em minha mente milhares de olhos na parede me observando, me vigiando,
então eu e meu amigo caímos desmaiados e acordamos no outro dia com os pais
rindo porque dormimos na sala, nesse ponto, percebemos a inexistência do
pentagrama e de qualquer outra coisa que tenhamos feito durante a noite. Foi
muito estranho...
Dia 09/07/2013
Meu amigo me ligou desesperado dizendo que havia
sonhado com várias crianças chorando e elas estavam sem suas cabeças, e quando
ele acordou ele viu em seu armário sem olhos com sangue escorrendo por todos os
orifícios e ouviu as seguintes palavras: “O DEVORADOR TE OBSERVA”
Dia 15/07/2013
Eu não posso acreditar, DEUS PORQUE!? DEUS PORQUE!?
Meu amigo está morto, assim como seus pais! Ele matou seus pais e depois se
matou! Eu... Não posso acreditar!
Dia 16/07/2013
Vejo um e-mail do meu amigo e decido ler, o que
estava escrito vem a seguir:
"Nós nunca devíamos ter feito isso, agora nós
somos dele, lhe desejo sorte amigo, irei ouvir as vozes e irei acabar com isso,
tenha sorte, tenha fé, que Deus te siga em jornada, pois creio que ele irá me
abandonar depois disso. Adeus meu irmão."
Vejo algumas palavras com fonte baixa, aproximo
meus olhos e leio:
“O DEVORADOR VIRÁ
ATÉ VOCÊ”
Dia 05/08/2013
Deus... Por que?
Esta noite sonhei com crianças me olhando, outras
estavam sem cabeça. Elas diziam que minha cabeça será um troféu dele, daquele
que não pode ser nomeado, elas estavam chorando lágrimas de sangue. Por favor,
Deus, esteja comigo nesta hora.
Dia 18/08/2013
Acordo às 3 horas da manhã com as crianças me
dizendo:
"Acorde,
por favor, salve sua família!"
Pego minha câmera e meu diário e vou até o quarto
de meus pais, então eu o vejo, devorando minha mãe e arrancando a cabeça de meu
pai, então eu corro até meu quarto e me escondo... Estou em meu quarto,
chorando e gritando de medo, meus pais já estão mortos, foram decapitados e
devorados por ele, morreram na minha frente e eu não pude fazer nada, além de
ficar olhando ele lamber o sangue deles. O relógio está badalando e isso
significa que ele está vindo até mim, a cada badalada ele se aproxima farejando
meu medo, ele está perto, sinto sua presença em meu quarto, a porta se abre, e
então eu o vejo...
***
Horas se passaram desde que acabei de
ler o diário de meu irmão, o que seria este tal Devorador, e como eu poderia
encontrá-lo? Começo a beber sem parar e lanço o diário de meu irmão na parede,
então uma foto avulsa cai, pego lentamente e leio a seguinte frase:
“Agora você
sabe sua história, você sabe o nome daquele que não deve ser nomeado, agora
você será um troféu dele...”
--Roberta H.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Conto - A Casa Macabra
Conto: A Casa Macabra
Autor(a:): Desconhecido.
Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com
A Casa Macabra
Para
aproveitar um feriado, um grupo de seis jovens decide acampar. O grupo era formado
por quatro rapazes e duas garotas. Como estava no inverno, eles foram para um
lugar chamado de “floresta branca”. O local tem esse nome devido a grande
densidade de neblina que se forma essa época do ano. Chegaram por volta das
seis da tarde e logo acamparam, pois começou a cair uma forte
chuva.Pela manhã, mesmo estando sob um forte sereno e um frio congelante,
estavam todos muito animados. Para eles, só pela paisagem, já valia estar
naquele local.
Johnny,
o único que era contrário ao acampamento, quis improvisar um banheiro e se
afastou um pouco da barraca em que estavam. Enquanto se aliviava, avistou um
vulto que parecia ser de um homem andando a alguns metros dele. Johnny ficou
curioso e quis segui-lo, mas o homem logo sumiu no meio da neblina. Quando
voltou, Johnny contou para seus amigos o que acabara de ver, mas todos pensaram
que se tratava de um morador da região.
A
noite foi chegando e a escuridão tomou conta do local. Todos ficaram dentro da
barraca conversando até um a um começar a sentir sono e dormir. Mas por volta
das três da manhã, acordaram com sons de passos ao redor da barraca, todos
ficaram parados, apenas ouvindo o som que vinha de fora. Quem estava andando lá
fora, também emitia alguns gemidos estranhos. O que deixou os jovens muito
assustados. Os passos desengonçados ficaram rodeando a barraca durante alguns
minutos, até começar se afastar aos poucos e sumir de vez.
Nas
primeiras horas do dia seguinte, todos queriam ir embora, mas, o tempo não
estava colaborando. Uma forte chuva caiu durante quase o dia todo. Como o tempo
não melhorava, e mesmo assustados, decidiram ficar mais uma noite.
Johnny
convidou seu amigo Allan para pegar lenha, e enquanto os dois procuravam galhos
secos, avistaram um homem andando ao longe. Johnny disse que foi aquele homem
que ele havia visto. Allan convenceu Johnny a segui-lo. Os dois começaram a
andar atrás do homem e foram se afastando cada vez mais do acampamento. Mesmo
perdendo o homem de vista, continuaram andando até chegar em frente a uma velha
casa que parecia estar abandonada.
Os
dois ficaram parados por um tempo em frente a casa e notaram que a porta estava
aberta. Nesse momento começou a chover novamente, e Allan para se proteger da
chuva, correu e entrou na casa. Johnny ficou chamando Allan durante alguns
minutos, e como não teve resposta, decidiu entrar. A casa era muito antiga e
continha alguns móveis velhos, todos empoeirados. A única iluminação que tinha,
vinha do que restava da luz do dia. Johnny continuou a chamar por Allan, mas
ele não respondia.
Johnny começou a escutar um som estranho que vinha de um
cômodo da casa, e pensando que era uma brincadeira de Allan, decidiu verificar.
Foi passando pela cozinha, banheiro, e foi andando até chegar a um quarto no
fim do corredor. Ao entrar, Johnny se deparou com uma cena terrivelmente
mórbida. Havia sangue por todo lado e, em um dos cantos do quarto, uma mulher
sentada no chão devorava seu próprio braço, e na outra mão, segurava o corpo de
um bebê já em estado de decomposição. Johnny ficou muito assustado e saiu
correndo, mas deu de cara com um homem cujos olhos lacrimejavam sangue. O homem
segurou Johnny e o atacou dando-lhe uma mordida no rosto. Johnny, mesmo
aterrorizado, conseguiu se livrar do homem e correr para fora da casa.
Sangrando e com muito medo, Johnny tentou fugir, mas com as pernas bambas, caiu
a poucos metros da casa.
No
dia seguinte, os outros estavam tão preocupados com o sumiço dos rapazes que
decidiram chamar a policia. Alguns policiais vasculharam o local e encontraram
Johnny delirando próximo a casa. Johnny
ficou tão perturbado que precisou ser internado num sanatório, pois ninguém
acreditou na sua história. Allan nunca foi encontrado, assim como a família que
vivia naquela casa.
--Roberta H.
sábado, 26 de abril de 2014
Terror em fotos #14
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domingo, 20 de abril de 2014
Conto - Aula de Matemática
Conto: Aula de Matemática
Autor(a:): Desconhecido.
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Aula de Matemática
Quando era criança, pouco mais de 10 anos, tinha feito um
desenho no caderno de matemática. Não era um desenho qualquer. Tinha desenhado
o diabo, mas não era isso que tornava o desenho especial. Quando era criança,
ele sabia disso, mas com o tempo esqueceu.
Não lembrava mais do tempo que passou
desenhando, de como tinha se esforçado e em como o diabo olhava para fora do papel. Na sua inocência, colocou esforço demais no
trabalho, mas porque era inocente, percebeu a tempo. Sabia que o desenho era
especial.
A noite, no seu quarto, ele podia
sentir o desenho, mesmo estando na página final do seu caderno, dentro da
mochila. Ele sentia que tinha feito alguma coisa errada e como toda criança não
contou para ninguém. Mas não sabia o que fazer com ele.
O garoto sabia outras coisas. Sabia
que o desenho não gostava de ficar fechado dentro do caderno. Que o desenho não
gostou de ser desenhado. E sabia que o desenho era especial, mas não de um
jeito bom. Tentava deixar a página aberta do caderno, escondendo quando passava
algum colega de sala ou professor.
Ele sabia que o desenho do diabo no
caderno de um garoto de 10 anos não era algo que outras pessoas achariam
normal. Ao mesmo tempo, ele não ousava irritar o desenho. Porque sabia sem
saber que apesar de estar preso no papel, ele não ficaria preso para sempre.
Por todo o resto do ano, o diabo se tornou a sua cruz e, todos os dias, o
garoto se arrependia de ter desenhado. Todas as noites, se arrependia de seus
pecados.
O ano passou e o garoto esqueceu. O
caderno foi esquecido em um armário junto com outras lembranças da infância.
Durante anos, o desenho ficou lá, preso dentro do caderno, embaixo de
brinquedos e material escolar. Vinte anos sufocado e esquecido.
Hoje, arrumando o armário, ele
encontrou o caderno. Com saudosismo, passou as páginas. Viu o desenho mas não
se lembrou do que sabia. Esqueceu que o desenho não gostava de ficar preso
dentro do caderno e esqueceu também o caderno, aberto em cima da mesa, antes de
dormir.
Acordou, de repente, às 3 da manhã e
se lembrou de tudo. Levantou e foi correndo até a sala para fechar o caderno.
Mas o desenho não estava lá.
--Roberta H.
domingo, 13 de abril de 2014
Conto - Casa dos Rostos
Conto: Casa dos Rostos
Autor(a:): Desconhecido.
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Casa
dos Rostos
Ao
entrar em sua modesta cozinha em uma abafada tarde de agosto de 1971, Maria
Gomez Pereira, uma dona de casa espanhola, espantou-se com o que lhe pareceu um
rosto pintado no chão de cimento. Estaria ela sonhando, ou com alucinações?
Não, a estranha imagem que manchava o chão parecia de fato o esboço de uma
pintura, um retrato.
Com
o correr dos dias a imagem foi ganhando detalhes e a noticia do rosto
misterioso espalhou-se com rapidez pela pequena aldeia de Belmez, perto de
Cordoba, no sul da Espanha. Alarmados pela imagem inexplicável e incomodados
com o crescente número de curiosos, os Pereira decidiram destruir o rosto; seis
dias depois que este apareceu, o filho de Maria, Miguel, quebrou o chão a
marretadas. Fizeram novo cimento e a vida dos Pereira voltou ao normal, mas não
por muito tempo.
Em
uma semana, um novo rosto começou a se formar, no mesmo lugar do primeiro. Esse
rosto, aparentemente de um homem de meia idade, era ainda mais detalhado.
Primeiro apareceram os olhos, depois o nariz, os lábios e o queixo.
Já
não havia como manter os curiosos à distância. Centenas de pessoas faziam fila
fora da casa todos os dias, clamando para ver a "Casa dos Rostos".
Chamaram a policia para controlar as multidões. Quando a noticia se espalhou,
resolveu-se preservar a imagem. Os Pereira recortaram cuidadosamente o retrato
e puseram em uma moldura, protegida com vidro, pendurando-o então ao lado da
lareira.
Antes
de consertar o chão os pesquisadores cavaram o local e acharam inúmeros ossos
humanos, a quase três metros de profundidade. Acreditou-se que os rostos
retratados no chão seriam dos mortos ali enterrados. Mas muitas pessoas não
aceitaram essa explicação, pois a maior das casas da rua fora construída sobre
um antigo cemitério, mas só a casa dos Pereira estava sendo afetada pelos
rostos misteriosos.
Duas
semanas depois que o chão da cozinha foi cimentado pela segunda vez, outra imagem
apareceu. Um quarto rosto - de mulher - veio duas semanas depois. Em volta
deste ultimo apareceram vários rostos menores; os observadores contaram de nove
a dezoito imagens. Ao longo dos anos os rostos mudaram de formato, alguns foram
se apagando. E então, no inicio dos anos oitenta, começaram a aparecer outros.
O que - ou quem - criou os rostos fantasmagóricos
no chão daquela humilde casa? Pelo menos um dos pesquisadores sugeriu que as
imagens seriam obra de algum membro da família Pereira. Mas alguns químicos que
examinaram o cimento declararam-se perplexos com o fenômeno. Cientistas,
professores universitários, parapsicólogos, a policia, sacerdotes e outros
analisaram minuciosamente a imagem no chão da cozinha de Maria Gomes Pereira,
mas nada concluíram que explicasse a origem dos retratos.
--Roberta H.
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