Música

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Conto - Pesadelo

Conto:  Pesadelo
Autor(a:): Desconhecido
  Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

Pesadelo

Meu maior pesadelo ocorreu há alguns anos atrás, e até hoje tento esquecê-lo. Eu estava em um hotel, com um grupo de policiais. Estava lá por trabalho.

Cercado pelo grupo de policiais, eu fui levado a um quarto do hotel em um andar muito alto. Ao chegar à porta de número 410, fui colocado lá dentro. Um dos policiais fechou a porta atrás de mim e começou a desesperadamente bloqueá-la por fora, gritando pela porta e explicando que esta foi uma "simples precaução tomada a fim de evitar que o assassino tentasse voltar à cena do crime para acabar com as provas".

Eu (desconfiado com toda aquela situação, mas focado em meu trabalho), acabei não questionando esta "simples precaução", e fui direto para uma sala de estar. Sentado no sofá, havia um corpo. Um homem que parecia ter uns 30 anos estava morto, sentado com sua cabeça pendurada para trás sobre a almofada do sofá. Perturbadoramente o suficiente, um buraco muito grande atravessava todo seu estômago, assim como o sofá também. Fui até a parte de trás do sofá; entranhas, órgãos desmembrados e espumas ensanguentadas jogadas no carpete. Era muito fácil conseguir enxergar completamente através do buraco no sofá e do estômago do homem. Diante daquilo, eu mantive minha compostura, fiz algumas anotações e decidi seguir em frente.

Caminhei lentamente até chegar ao banheiro, e sua porta estava aberta. Deitado dentro da banheira estava o cadáver de outro homem, muito mais velho e massacrado do que o primeiro. Seu corpo estava rasgado da área genital até sua garganta, e a água da banheira estava com coloração vermelho-escuro (graças à quantidade de sangue que escorreu de dentro dele). Fiz mais algumas anotações, e já estava prestes a me virar e sair, quando de repente, ouvi um barulho estranho, como se fosse um pé pisando em uma poça molhada. Desesperado, olhei em volta mais uma vez, quando notei uma mão segurando a base do vaso sanitário. Andei em direção a ela até que vi, lá no canto do banheiro, agachado no espaço entre o vaso sanitário e a parede, um homem, com suas mãos sangrando.

Ele correu pra fora do banheiro e bateu a porta, prendendo-a com alguma coisa. Fiquei parado, sem reação, ouvindo suas ações do outro lado da porta; objetos sendo arrastados freneticamente, respiração pesada e de repente... Silêncio. Aproveitando a oportunidade, dei um chute na porta e olhei em volta. Nada havia mudado. Nenhum sinal de que aquele homem havia passado por aquele lugar. Havia, no entanto, um novo corpo deitado no chão da cozinha. Uma mulher, estranhamente familiar, estava sem roupas e jogada de bruços no chão. Havia marcas de cortes profundos passando por todo seu corpo; pernas, braços, barriga, seios, garganta e no rosto também. Seus olhos foram removidos, mas todo o corpo estava estranhamente limpo. Sem sangue, sem sinais de mutilação, além dos cortes profundos e de seus olhos perdidos.


Antes que eu começasse a estudar o corpo, de repente, duas pálpebras se abriram afundadas profundamente nos recessos dos buracos dos olhos da moça. Dentro de sua boca aberta e escancarada, outra boca se abriu e sorriu. Seus dedos tremiam ligeiramente. Agora, tudo fazia sentido; aquele homem havia assassinado a mulher, dissecado seu corpo e estava usando sua pele como uma espécie de terno. E aquele rosto familiar... Quando me dei conta, cai pra trás na mesma hora. “MÃE?!”. O homem se levantou lentamente, olhou pra mim com aquele sorriso horrível estampado em seu rosto, e gritou: "Não estou bonita, filho?!".


--Roberta H.

sábado, 27 de julho de 2013

Conto - Persuadido

Conto:  Persuadido 
Autor(a:): Desconhecido
  Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

                                                      Persuadido

Já faz duas semanas que tudo começou.


Tudo começou em um acidente com um petroleiro. Estava em todas as noticias. Todos pensaram que era apenas outro vazamento de óleo. Havia vários voluntários. Várias pessoas querendo salvar os pobres animais indefesos. Várias vítimas. Em algumas horas, isso começou a acontecer. Os animais ficaram loucos, eles estavam arranhando e mordendo os voluntários da limpeza. Disseram que era apenas algum efeito de seja lá o que estava no petroleiro.

O resgate ainda tentava retirar a tripulação do navio. Eles podiam ouvir os gritos lá dentro. Gritos pedindo que abrissem a porta. Foi quando tudo virou um inferno. Logo quando abriram a porta.

Foram 6 minutos de transmissão antes de tudo silenciar. 6 minutos de gritos e agonia. As pessoas no navio atacaram a equipe de resgate como babuínos raivosos. Quebrando ossos e rasgando carne. As pessoas na costa não estavam em situação melhor. Aqueles que foram atacados por animais estavam atacando outras pessoas. Era pior que qualquer zona de guerra, era pura brutalidade, e as transmissões continuaram por 6 minutos. 6 minutos e então tudo se apagou. Ninguém podia explicar o que aconteceu. Tentaram continuar com as noticias habituais, a economia, o clima, as besteiras de sempre, mas eles não poderiam nos fazer esquecer o que vimos.

Eu tentei continuar com a minha pacata existência, mas cada vez que eu assistia aos jornais ou passava por uma banca isso estava lá. Esse grande mistério. Tinham algumas explicações, algum tipo de infecção, parasitas cerebrais, mais isso não importava. Não era uma infecção o que temíamos, eram eles.

Quatro dias depois das primeiras noticias, um estado de emergência foi estabelecido. Isso todos já tínhamos visto antes. Em todos os filmes de zumbis. As pessoas não sabiam em quem confiar. Pessoas estocavam alimentos e armas. Alguns tentaram fugir, mas parece que todos os filmes de zumbis estavam certos. Eles não conseguiram fugir. Três dias depois eles chegaram a minha cidade.

Eu esperava gemidos, cadáveres se arrastando, mutilações, mas era ai que os filmes tinham se enganado. Eles corriam pelas ruas gritando. Eu me lembro de ter corrido para minha porta o mais rápido que pude, trancando, bloqueando, fazendo de tudo para garantir que ela permanecesse fechada, e então fui para a janela. Eu estava no segundo andar e pude ver toda a carnificina. Eles eram incontroláveis. Eles eram espertos.

Um grupo deles conseguiu entrar em um prédio do outro lado da rua. Eles pularam pelas janelas de vidro. Mesmo sendo arranhados pelos pedaços não fazia diferença, eles continuavam entrando. Minha barricada não iria segurar. Corri pelo meu apartamento coletando suprimentos e armazenando no quarto mais seguro. Voltei para dar uma última olhada na rua, não deveria ter feito isso. Na janela do segundo andar, o meu rosto foi visto por um deles. Eles sabiam onde eu estava. Rapidamente corri para o quarto e tranquei a porta.

Eu não tenho nenhum tipo de quarto do pânico, ou um porão seguro, então o único lugar que eu poderia usar era o meu banheiro. Sem janelas, uma porta com fechadura. Enchi minha pia e a banheira de água, então eu poderia ficar por um tempo. Sentei ali no banheiro escuro, com os gritos distantes no meu ouvido.

Comecei a achar que fui exagerado, passaram-se duas horas e nem sinal deles. Estava tudo quieto e achei que já tinham ido embora. Talvez eu pudesse sair do banheiro, ir para a cozinha. Pegar mais comida para a espera. E uma batida veio da porta da frente. O som de alguém se chocando com bastante força contra a porta e derrubando a barreira por trás dela. Houve mais algumas batidas para que eu soubesse que já tinham entrado. Passos rápidos pelo apartamento, alguns gritos e então um estrondo na parede ao meu lado. Meus olhos estavam arregalados ao máximo, mesmo na escuridão do banheiro. Outra batida, e outra. Eles sabiam que eu estava ali e sabiam que eu estava com medo.

Esse era o pesadelo zumbi que eu esperava desde o inicio. Eu não tinha para onde correr. Só tinha algum tempo ate eles arrobarem a porta. Sentei com minhas costas contra a porta, esperando que o peso extra tornasse a entrada deles mais difícil. E então ficou pior.

“Por que você não abre a porta?”

Uma voz no outro lado da porta. Sem gritos ou gemidos, apenas a quietude, e sussurros. E então mais deles.

“estamos aqui por você.”

“você será feliz se abrir a porta”

“não é tão ruim...”

Os sussurros se tornaram uma gritaria tentando me persuadir, me corromper, me enganar. Ouvi que os gemidos dos zumbis levam a pessoa à loucura, mas isso era pior, um chamado da sereia. Sentei na escuridão e esperei e rezei para que desistissem. Mas eles não desistem e não vão embora. Consegui usar o espelho para espiar por baixo da porta, apenas para ser saudado por olhos arregalados, rostos sangrentos, gritos e mais sussurros horríveis.

Isso foi há dois dias... Eu não sei mais o que fazer… talvez não seja tão ruim...


--Roberta H.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pulseiras de Hospital


Em um hospital, os pacientes usavam pulseiras para determinados caso, pessoas mortas usavam pulseiras vermelhas, pessoas doentes amarelas, e assim vai... Um médico estava de plantão no hospital, afinal ele realizava muitas operações. Depois de uma cirurgia complicada o médico tinha que descer ao porão para pegar algumas coisas, no elevador conversou normalmente com uma mulher enquanto descia, quando o elevador para em um andar e outra moça tenta entrar no elevador, mas antes que ela conseguisse o médico simplesmente aperta o botão para a porta se fechar e o elevador subir, a mulher que o acompanhava indignada disse:

- Ora essa, que falta de educação, por que o senhor fez isso? 

O homem ainda pálido e assustado respondeu:

- Essa moça... Eu operei ela, e ela morreu durante a cirurgia, a senhora não notou a pulseira vermelha no braço dela? 

A mulher sorriu levantando o braço dizendo: 

- Igual a essa daqui?


--Roberta H.

domingo, 21 de julho de 2013

Conto - Luzes Apagadas

Conto:  Luzes Apagadas
Autor(a:): Desconhecido
  Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

Luzes Apagadas


Estive deitado nesse sofá assistindo TV por horas. Posso ouvir meu cachorro latindo no andar de baixo. Olho de relance para o relógio na parede. Já eram nove horas, e eu ainda não jantei. Meus pais passariam a noite fora, então eu estava sozinho com a empregada. Meu estômago ronca, e decido que já é hora de jantar. Desligo a TV, e enquanto vou levantando lentamente, todas as luzes se apagam.

Aciono o interruptor várias vezes. Nada. Deve ter sido uma queda de energia. São muito comuns em nossa área. Terei que descer para a cozinha e religar a energia pela caixa de força. 

Na escuridão, não posso achar meus chinelos, então decido ir sem eles. Usando a parede para me guiar, tateio um pouco procurando o corrimão. Enquanto desço percebo o quão silencioso a casa esta. Não ouço o rádio da empregada e nem meu cachorro latindo. Nada. Tudo que posso ouvir é o som dos meus passos na escada.

Nenhum som ou luz. Minha casa de repete parece tão estranha, e eu me sinto perdido. Sem enxergar ou ouvir nada, meus dedos apertam o corrimão para me prevenir de uma queda.

O silencio começa a me invadir. “Maia! Maia!”, Chamo por minha empregada, apenas esperando quebrar o silencio. Sem respostas.

O silencio era irritante, e as creepypastas que estive lendo me deixaram mais paranoico. Minha cabeça vira de um lado para o outro procurando por um sinal de algum monstro ou serial killer.

Uso a parede para me guiar e lentamente caminho para a cozinha. Sinto o coração apertar enquanto começo a sentir o cheiro de carne crua. O cheiro se torna forte a cada passo.

O medo cresce em meu peito a cada vez que respiro, e meu coração começa a bater mais e mais forte.

‘É natural uma cozinha cheirar a carne’, Eu tento me acalmar, deixando escapar uma risada nervosa.

Tateio ate encontrar a superfície metálica e lisa da caixa de força na parede da cozinha. Abro a caixa e ponho os dedos na alavanca principal.

Eu hesito. 

Sinto meu coração martelando no peito. Eu realmente quero ligar as luzes? Coisas terríveis que eu poderia ver passaram por minha mente.

Respiro bem fundo e aciono a alavanca.

As luzes acendem, pisco por alguns segundos. Meus olhos rapidamente se ajustam a claridade, e eu paraliso com o horror da cena que vejo. Meu coração pesa como chumbo em meu peito. 

O corpo do meu cachorro estava a um canto da cozinha. Seu corpo estava completamente mutilado e parecia ter sido atacado por um grupo de lobos. Estava sobre uma poça do próprio sangue, olhos arregalados e a boca aberta. Suas entranhas se espalhavam pela poça de sangue junto som sua fina pele. O cheiro era terrível.

Uma série de pegadas de sangue saia do corpo levando direto para o quarto da empregada

As pegadas não tinham nada de humano, eram largas, muito largas para pertencer a um. Suas formas eram contorcidas, quase irreconhecíveis.

A porta para o quarto da Maia estava fechada. Havia várias marcas de sangue e arranhões na porta, combinando perfeitamente com os passos. A cena era demais para mim, e o pouco que eu tinha no estômago rapidamente saiu. Meu vômito e o sangue logo se misturaram sobre o chão brilhante da cozinha.

Corri para fora da cozinha, passei pela sala de estar e subi as escadas. A casa continuava tão silenciosa quanto quando eu desci, mas posso ouvir as batidas do meu coração acompanhando o som dos meus passos. Lagrimas de medo surgiam dos meus olhos, embaçando minha visão.

Corri para meu quarto, fechei a porta e mergulhei para baixo do meu cobertor. Minha respiração forte e pesada. Gotas de suor escorriam pelo meu rosto. Encarei a porta. Minha mente estava tão dominada pelo medo que tudo que eu poderia fazer é ficar parado esperando pelo meu destino. Esperando a porta ser derrubada a qualquer momento.

Segundos passam. Nada.

Minutos passam. Nada.

Depois de um tempo parece ser estranho que nada tenha acontecido, mas resolvo aguardar.

Não demora muito para que eu comece a sentir sono. Minhas pálpebras começam a fechar. A cada minuto que passa, sinto mais e mais sono. Eu tento lutar, sabendo que ficar acordado é questão de vida ou morte, mas meus esforços são em vão. 

Eu cochilo.

Sou subitamente acordado pelo som do carro dos meus pais entrando na garagem. Continua escuro, então ainda deve ser de madrugada. Meu coração se acende de repente e eu pulo da cama. Foi tudo apenas um sonho ruim! Eu correria para o andar de baixo e abraçaria meus pais e todos poderíamos rir do sonho ridículo que tive.

Aciono o interruptor e meu coração congela.

Uma serie de pegadas de sangue vindas da porta circulam minha cama e desaparecem por baixo dela.



--Roberta H.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Terror em fotos #7

--Se você possui problemas cardíacos, a leitura deste conteúdo pode não ser recomendada.

--Gostou do blog? Ajude a divulgar. Obrigada
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Terror em fotos #7
















--Roberta H.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Conto - Depois do Cemitério

Conto:  Depois do Cemitério
Autor(a:): Roberta H.
  Você também pode mandar seu conto para o e-mail: sr.fofo@hotmail.com

Depois do Cemitério

            De repente me vejo em um lugar totalmente desconhecido. Estou em frente ao lugar onde os mortos descansam: um cemitério. Olho em minha volta. Atrás de mim não há nada além de neve, do meu lado direito: mais neve, do meu lado esquerdo: mais e mais neve. Não posso ficar aqui parada para sempre. A única coisa que posso fazer é entrar no cemitério.


            Adentro aquele local sombrio, passando pelo grande portão de ferro, que impede que os mortos fujam de sua eterna prisão. Os túmulos são rodeados por uma névoa baixa, que cobre o todo o chão. A maioria das lápides está caída, ou parcialmente quebrada. Estranhamente, os túmulos e o chão não estão cobertos de neve como lá fora. Cada túmulo tem ao lado seu dono, zelando por seu único pertence. Enquanto caminho pelo local, os espíritos que ali descansam tentam pegar-me, puxar-me, levar-me com eles. Por sorte, consigo passar por ali sem sequer ser tocada.

            Quando acabo meu trajeto, paro em frente a uma velha casinha de madeira, rodeada por uma cerca de arame farpado. Abro o portãozinho de madeira e entro no terreno. Um homem aparece na porta e me olha intrigado.

--Não era para você estar aqui! Como você conseguiu chegar até aqui?!

--Pelo cemitério, ora!

--O que você está fazendo aqui?! Você não devia estar morta! Agora terei que levar-te para outro lugar, você não pode ficar aqui. Espere um pouco, eu vou lá dentro e já volto. Não saia daí!

            O homem entra. Percebo que há um buraco ao lado direito da casa. Vou até lá e entro no buraco. É como um túnel, baixo e estreito. No final há uma grade de ferro impedindo que eu saia. Posso ouvir as pessoas conversando do lado de fora, os carros passando, mas é impossível sair dali. Forço a grade, mas ela nem se move. Não adianta perder meu tempo, eu não vou conseguir sair. Volto para frente da casa. O homem ainda está lá dentro. Decido espera-lo. Ele aparece na porta da casa novamente.

--Vamos?

--Pra onde?

--Para onde você deveria estar. Na verdade, você não deveria nem estar aqui, mas não tem como voltar para onde você veio. Mas, você não pode ficar aqui. Vamos logo que eu não tenho todo o tempo do mundo.

          Ele levou-me para uma estrada que ficava atrás da casa, e que eu não havia percebido anteriormente. Ao lado da estrada havia um trilho de trem, e ao longe, no horizonte, uma luz. Nós começamos uma caminhada para algum lugar desconhecido por mim. Íamos andando em direção àquela luz. 


--Acorde, Madalena! Está na hora de tomar seu remédio.

--Mas que droga! Tenho que tomar essa porcaria de novo?

--Sim. Vamos logo que eu tenho mais o que fazer!

            A mulher me deu dois comprimidos e um copo de água para ajudar-me a engoli-los. Eu fingi que tomei aquela porcaria desnecessária, e quando ela saiu, joguei os comprimidos no vaso de flor ao lado de minha cama. Sinto-me sozinha nesse lugar, ninguém veio me visitar hoje. Ninguém nunca vem. Mais um dia sozinha nesse maldito sanatório.

--Roberta H.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Mágica

A MÁGICA
Existe um livro nos EUA que está chamando bastante atenção... Na verdade desde publicado esse livro "choca" algumas pessoas, e fez tanto sucesso que já saiu um segundo livro.

Existem vídeos no youtube da reação de alguns leitores lendo os contos do livro.

Eu consegui um conto desse livro que promete uma experiência única para o leitor... Uma experiência
 mágica....


OBEDEÇA AS REGRAS! TEM CORAGEM?

Você já leu alguma coisa e gostou tanto que desejou nunca ter lido só pra poder ler de novo pela primeira vez? A primeira vez é mágica, certo? Não importa quantas vezes mais você leia algo, nunca será tão bom quanto.

Essa é a sua chance de ler algo realmente incrível pela primeira vez. Você só terá essa chance, então não a estrague. Eu quero que você entenda a maioria das coisas, então terá de confiar em mim. Faça exatamente o que eu mandar.

Se você não está sozinho agora então coloque isto de lado imediatamente. A Mágica - a verdadeira mágica - é tímida. Não vai funcionar se você estiver lendo isso numa cafeteria lotada ou sentado em um trem.

Só leia a partir daqui se você estiver sozinho.

Ótimo. Já começamos.

Agora eu preciso que você faça mais algumas coisas pra mim - algumas coisas pequenas. Pense nisso como um manual de instruções, um processo que você precisa seguir se quer que algo funcione. Não quero parecer mandão ou insistente. Só quero que isso dê certo para você.

Vá para algum lugar onde você pode fechar a porta e ler isso sem ser interrompido. Não importa onde - seu quarto serve, ou um banheiro. Qualquer lugar que você possa ir sem ter alguém por perto. E como eu disse antes, feche a porta.

Talvez alguns de vocês estejam lendo isso, mas não estão seguindo as instruções. Você não deseja participar? Eu lhe garanto, é melhor ser parte disto do que simplesmente ser tirado da mágica por alguém. Mas não deve ser tarde demais. Não posso prometer nada, mas se você for para algum lugar quieto agora e fechar a porta... Verei o que posso fazer.

Bem, aqui estamos nós. Ou melhor dizendo, aí está você. Espero mesmo que você esteja gostando. Eu sei que nada aconteceu ainda, mas você não está ansioso? Sua curiosidade não está ficando cada vez maior? Aproveite. Esta é a única vez em que você vai sentir o que está sentindo agora. A maravilha que está para acontecer, as meia-conclusões que você já deve ter feito - tudo isso só pode acontecer uma vez, só pode acontecer agora, só pode acontecer esta primeira vez.

Um pouco da mágica já começou. Você está sozinho em uma sala, claro, mas ao mesmo tempo está se unindo a todas as outras pessoas que já fizeram isso antes de você, e todos aqueles que farão isso depois de você. Você pode senti-los? Talvez esteja se sentindo um pouco idiota, ou talvez privilegiado. Você é parte de uma multidão invisível, unida fora do tempo, lendo as mesmas palavras.

Não se preocupe este não é o clímax, e certamente não é uma piada. Não estou aqui para perder seu tempo com conversas sobre metafísica. E para provar isto, vamos seguir adiante.

Acredito que tenha uma luz na sala que você escolheu senão não teria como ler isto, certo?

Vamos lá, você pode me responder se eu lhe perguntar algo! Na verdade, você precisa me responder se você quer que isso funcione. Vou perguntar de novo. E desta vez, responda. Alto e claro, não tenha medo. Só diga “Certo”.

Agora, vamos todos participar. Tudo que eu quero é uma palavrinha falada em troca de todas as palavras que lhe dei até agora. Lembre-se, eu estou fazendo isso por você - está é sua única chance e eu quero que funcione.

Responda à minha pergunta.

Muito bem! Você deve ter se sentido meio bobo por dizer em voz alta mas não tem ninguém aí para te ouvir e que mal pode ter sido feito? Agora você pode continuar a aproveitar, sabendo que você seguiu as instruções perfeitamente. E quando você segue as instruções perfeitamente, as coisas tendem a funcionar.

Faça o que for possível para deixar seu quarto o mais escuro possível, deixando apenas o suficiente para que você possa ler estas palavras. Feche as cortinas, apague a luz e ligue uma luminária. Melhor ainda, acenda uma vela ou leia com a chama de um isqueiro. Eu odeio ter que ficar repetindo, mas vai ser melhor se você fizer o que eu digo. Seria uma tristeza se perder agora que você já chegou tão longe.

Permita-me descrever o cenário. É meio estranho, não é? Devemos ter um
 momento para considerar? Normalmente, quando você lê alguma coisa, a cena é descrita para que se possa imaginar, mas aqui está você lendo sua própria cena, na qual você está sentado em uma sala escura, sozinho, lendo o que quer que tenha te trazido para esta mágica. Que colocações poderosas! Quando você era pequeno, já se imaginou sendo um personagem de um livro ou filme e que milhões de pessoas liam sobre você e viam seus feitos? Talvez a intenção era que fosse real?

Digo que não se preocupe, está não é a mágica de que lhe falei antes.

Isso, aproveite o momento. Aqui vai. Aqui vai a mágica.

Agora, rapidamente, levante-se de sua cama, cadeira, ou lugar contra a parede. Levante-se e ande até a porta que você fechou há alguns minutos atrás. Coloque seu ouvido contra a porta e escute. Prenda sua respiração.

Bem, me pergunto se você consegue me ouvir.

Ok, vamos expandir a cena que descrevi um momento atrás. Você lembra aquela com você lendo numa sala escura. Sim, bem, fora daquela sala, do outro lado da porta fechada, alguém que você não pode ver está parado ali. Sou eu. Pergunto-me se você consegue adivinhar meu nome. Uma pequena parcela do se subconsciente já deve ter registrado as primeiras letras dos últimos cinco parágrafos que você leu e o que eles soletram. É o mais perto que tenho de um nome.

Você pode me ouvir respirar? Não? Talvez eu esteja prendendo minha respiração também, com a orelha pressionada contra a porta, tentando ouvir você.

Ou provavelmente há um último passo, uma última instrução que você precisa seguir para fazer esta mágica funcionar.

Me convide para entrar.
Vamos lá, não reclame! Você já falou comigo antes quando respondeu minha pergunta sobre a luz. Tudo que você precisa fazer é me deixar entrar. Veja bem, eu sei que você está aí, sozinho no escuro. E tudo que eu quero provar é que a mágica funciona.



--Roberta H.