Conto: Pesadelo
Autor(a:): Desconhecido
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Pesadelo
Meu maior
pesadelo ocorreu há alguns anos atrás, e até hoje tento esquecê-lo. Eu estava
em um hotel, com um grupo de policiais. Estava lá por trabalho.
Cercado pelo grupo de policiais, eu fui levado a um quarto do
hotel em um andar muito alto. Ao chegar à porta de número 410, fui colocado lá
dentro. Um dos policiais fechou a porta atrás de mim e começou a
desesperadamente bloqueá-la por fora, gritando pela porta e
explicando que esta foi uma "simples precaução tomada a fim de evitar que
o assassino tentasse voltar à cena do crime para acabar com as provas".
Eu (desconfiado com toda aquela situação, mas
focado em meu trabalho), acabei não questionando esta "simples
precaução", e fui direto para uma sala de estar. Sentado no sofá, havia um
corpo. Um homem que parecia ter uns 30 anos estava morto, sentado com sua
cabeça pendurada para trás sobre a almofada do sofá. Perturbadoramente o
suficiente, um buraco muito grande atravessava todo seu estômago, assim como o
sofá também. Fui até a parte de trás do sofá; entranhas, órgãos desmembrados e
espumas ensanguentadas jogadas no carpete. Era muito fácil conseguir enxergar
completamente através do buraco no sofá e do estômago do homem. Diante daquilo,
eu mantive minha compostura, fiz algumas anotações e decidi seguir em frente.
Caminhei lentamente até chegar ao banheiro, e
sua porta estava aberta. Deitado dentro da banheira estava o cadáver de outro
homem, muito mais velho e massacrado do que o primeiro. Seu corpo estava
rasgado da área genital até sua garganta, e a água da banheira estava com
coloração vermelho-escuro (graças à quantidade de sangue que escorreu de dentro
dele). Fiz mais algumas anotações, e já estava prestes a me virar e sair,
quando de repente, ouvi um barulho estranho, como se fosse um pé pisando em uma
poça molhada. Desesperado, olhei em volta mais uma vez, quando notei uma mão
segurando a base do vaso sanitário. Andei em direção a ela até que vi, lá no
canto do banheiro, agachado no espaço entre o vaso sanitário e a parede, um
homem, com suas mãos sangrando.
Ele correu pra fora do banheiro e bateu a porta,
prendendo-a com alguma coisa. Fiquei parado, sem reação, ouvindo suas ações do
outro lado da porta; objetos sendo arrastados freneticamente, respiração pesada
e de repente... Silêncio. Aproveitando a oportunidade, dei um chute na porta e
olhei em volta. Nada havia mudado. Nenhum sinal de que aquele homem havia
passado por aquele lugar. Havia, no entanto, um novo corpo deitado no chão da
cozinha. Uma mulher, estranhamente familiar, estava sem roupas e jogada de
bruços no chão. Havia marcas de cortes profundos passando por todo seu corpo;
pernas, braços, barriga, seios, garganta e no rosto também. Seus olhos foram
removidos, mas todo o corpo estava estranhamente limpo. Sem sangue, sem sinais
de mutilação, além dos cortes profundos e de seus olhos perdidos.
Antes que eu começasse a estudar o corpo, de
repente, duas pálpebras se abriram afundadas profundamente nos recessos dos
buracos dos olhos da moça. Dentro de sua boca aberta e escancarada, outra boca
se abriu e sorriu. Seus dedos tremiam ligeiramente. Agora, tudo fazia sentido;
aquele homem havia assassinado a mulher, dissecado seu corpo e estava usando
sua pele como uma espécie de terno. E aquele rosto familiar... Quando me dei conta,
cai pra trás na mesma hora. “MÃE?!”. O homem se levantou lentamente, olhou pra
mim com aquele sorriso horrível estampado em seu rosto, e gritou: "Não
estou bonita, filho?!".
--Roberta H.